Saúde / SAÚDE MENTAL
05 de Outubro de 2021 18h39
Colaboradores do Hospital São Benedito participam de palestras sobre síndrome de Burnout e são incentivados a promover o autocuidado
Os trabalhadores que atuam no Hospital São Benedito foram contemplados, ao longo do mês de setembro, em que ocorreu a campanha de prevenção ao suicídio - Setembro Amarelo, com um ciclo de palestras sobre a Síndrome de Burnout, que também contou com atividades que visaram a prevenção dessa síndrome (que teve seus casos elevados durante a pandemia, principalmente entre profissionais da saúde), como ginástica laboral e musicalização.
Os eventos foram realizados em uma parceria entre os projetos Acolher, do Hospital São Benedito, e Despertar, do SESMT do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), ambos geridos pela Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP). De acordo com a psicóloga Flávia Guedes, vice-presidente do Projeto Acolher, o momento foi uma oportunidade para falar sobre os sinais da síndrome de Burnout e como tratá-los, inclusive de encaminhar para tratamento aqueles que expuseram alguma situação de sofrimento psíquico. “Pensamos em sensibilizá-los de que a dor existe, que as angústias atravessam nosso ambiente de trabalho e nossa casa e a gente precisa parar para ouvir esses sinais e fatores que estão nos conduzindo e nos atrapalhando e poder tratar e encaminhar esse colega”, explica.
A psicóloga destaca ainda que estudos científicos demonstram que falar sobre o tema do Setembro Amarelo, não é prejudicial, mas sim uma motivação para buscar ajuda. “Aquilo que me dói eu não posso esconder somente pra mim, provocar um quadro depressivo e até uma tentativa de suicídio. As perdas devastadoras que acontecem em nossas famílias causam muitos danos. Então, vamos falar disso, que sofrer é um processo natural. Agora, como vamos enfrentar isso é uma diferença. E é isso que a gente quer propor”, afirma Flávia Guedes.
Síndrome de Burnout
A psicóloga Dauriane Siqueira, que atua no Hospital São Benedito, explica que a síndrome de Burnout é uma síndrome decorrente de uma sucessão de acontecimentos no ambiente de trabalho que geram o esgotamento emocional e físico do trabalhador, muito comum entre profissionais da saúde e policiais, por exemplo. “Dentre os profissionais da saúde, os mais afetados são os enfermeiros, que são profissionais que têm sobrecarga de trabalho, exigências, que fazem vários plantões, não têm uma rotina regrada. A questão de não ter uma rotina de alimentação adequada, não dormir direito também acomete a saúde do trabalhador. E aí os níveis de estresse muito altos podem vir a acarretar uma síndrome de Burnout”, afirma a psicóloga.
Conforme a profissional, as formas de tratamento da síndrome de Burnout se dão a partir do momento em que a pessoa estabelece uma rotina saudável, no sentido de cuidar da saúde mental, física e emocional, seja com prática de atividades físicas, momentos de lazer ou mesmo ajuda terapêutica profissional. “É preciso fazer aquilo que se gosta também, ter tempo não só para o trabalho, mas ter o momento de autocuidado é muito importante”, afirma Dauriane, que complementa que o processo de prevenção e tratamento da síndrome depende do próprio indivíduo, do apoio do círculo familiar e social e também dos gestores do local de trabalho.
“O gestor da Qualidade não vai olhar simplesmente as ações e atuação dos profissionais da saúde voltado ao público final, que são os pacientes. Se a equipe não tem uma infraestrutura adequada de ambiente de trabalho, ela também vai se sobrecarregar e quando a gente não está bem, pra cuidar do outro é muito mais difícil. Então a gente precisa estar bem, a gente precisa ter condições de trabalho adequados para fazer essa prevenção da síndrome de Burnout e poder ofertar um serviço de qualidade também. Por isso que esses eventos no ambiente de saúde se tornam essenciais”, exemplifica.