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Ordem Pública / Ação conjunta

27 de Julho de 2016 12h20

Força tarefa desmantela ocupação irregular de área verde no bairro Paulicéia

RAFAELA GOMES CAETANO

Luiz Alves

Arquivo

Uma força tarefa composta pela Prefeitura de Cuiabá, Polícia Civil e Militar, Delegacia do Meio Ambiente (DEMA), Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Energisa e CAB Cuiabá desmantelou uma ocupação irregular de área verde no bairro Paulicéia, próximo ao Parque Cuiabá. A operação, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (27), faz parte de um extenso trabalho feito com o amparo do Ministério Público do Estado e visa eliminar as atuais 26 invasões de equipamentos públicos e áreas verdes da Capital.

 

“Antes de dar qualquer passo definitivo para coibir este tipo de prática, nos certificamos de que teríamos todo o cuidado e apoio necessário para conduzir nossas ações. É fundamental solucionarmos o problema de ocupações irregulares e com esta força tarefa, não apenas temos liminares concedendo a retirada de barracos e moradores de locais impróprios, como somos fortalecidos pelas polícias Militar e Civil. Além disso, a união das empresas CAB e Energisa engrandece nossas operações, contribuindo para a completa extinção de todo e qualquer artifício que poderia garantir o retorno dos ocupantes ao espaço reintegrado”, afirmou Eduardo Henrique de Souza, secretário municipal de Ordem Pública.

 

Considerada uma ação de cunho preventivo, a reintegração de posse foi liderada mediante um monitoramento feito na região do bairro Paulicélia, que mapeou o espaço e identificou o grau da irregularidade. Com um núcleo de inteligência trabalhando previamente, a iniciativa pôde ser conduzida de forma pacífica, sem grandes exaltações ou conflitos com ocupantes.

 

“Nosso objetivo é atuar de forma serena e sem alardes, o que só é possível com um minucioso trabalho de inteligência prévio. Ao localizarmos a ocupação irregular, logo nos mobilizamos para agir minimizando danos e situações conflituosas. Até a nossa chegada, a região apresentava apenas algumas demarcações territoriais e 30 barracos recém-erguidos, sem moradores ou mobílias de grande porte. Isso facilitou a retirada dos materiais sem gerar grandes constrangimentos, ocasionando apenas em uma prisão, que também ocorreu de forma tranquila”, contou Zilmar Dias da Silva, secretário-adjunto de Segurança Pública.

 

Para o delegado da DEMA que conduziu a prisão, Gianmarco Paccola, é responsabilidade da Polícia Civil agir de maneira categórica em flagrantes dessa proporção. “Quando estamos diante de um caso individualizado, onde há a identificação do infrator, é nossa obrigação detê-lo, a fim de que a ocupação irregular da área não seja perpetuada. Atuamos de maneira antecipada, evitando que práticas desse porte se repitam. A partir desta medida, seremos capazes de identificar os demais líderes e impedir que novas invasões se sucedam. Nada é feito de maneira irresponsável. Temos autoridade e o apoio do Ministério Público para dar um fim a este crime”, disse

 

O trabalho feito em equipe entre as instituições parceiras é também um dos pontos chaves para o sucesso da operação, que conta com o auxílio das pastas municipais de Serviços Urbanos, Meio Ambiente e Assistência Social. Todas agem de forma objetiva, visando limpar o espaço, demarcar e proteger áreas verdes ou de preservação permanente e oferecer abrigo e orientação às famílias que precisarem. O empenho conjunto é também fundamental para que os espaços invadidos não voltem a ser ocupados. Segundo Francyanne Curvo, Tenente Coronel da Polícia Militar, estas operações representam muito mais que a retomada de equipamentos públicos ou áreas de preservação. Elas simbolizam a coibição de acobertamento de outros crimes.

 

“É importante atuarmos unidos, pois cada órgão tem uma função específica que converge a um único fim. Essas ocupações vão além da apropriação indevida de terrenos. Muitas servem de abrigo para criminosos e fugitivos, que costumam buscar lugares desordenados e de grande aglomeração para se esconder. Ações desse porte evitam que crimes perpetuem, à medida que também atuam de forma preventiva, surtindo efeitos em diversas esferas sociais”, disse.

 

Crime ambiental

No mesmo período, após denúncia, uma segunda equipe de fiscalização do município e a DEMA deflagraram operação no bairro Jardim Aroeira, na região Norte da capital. Durante a ação, os fiscais constataram práticas irregulares às margens do córrego Três Barras. De acordo com o diretor de fiscalização da Secretaria de Ordem Pública, Érico Cesar de Arruda, que acompanhou esta segunda operação, os moradores na tentativa de abrir uma estrada no local obstruíram a nascente do córrego.

“Essa prática caracteriza crime ambiental. De acordo com o novo Código Florestal, qualquer obra próximo às margens de córregos e rios deve ter no mínimo 30 metros de distância do leito e ser aprovada pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. E nenhuma dessas regras foram aplicadas aqui,” explicou.

 Ainda segundo Érico, seis pessoas foram encaminhadas para delegacia e devem responder judicialmente por crime ambiental, “ de acordo com as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente”, reiterou.