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Saúde / APRIMORAMENTO

07 de Outubro de 2021 12h04

Visando melhor atendimento aos pacientes, enfermeiros das unidades básicas de saúde recebem capacitação sobre saúde mental

CELLY SILVA

Gustavo Duarte

Arquivo

Enfermeiros das unidades básicas de saúde das quatro regionais de Cuiabá participaram durante o mês de setembro de uma maratona de atualizações sobre o atendimento em saúde mental, como parte da campanha de prevenção ao suicídio “Setembro Amarelo”, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da Coordenação Técnica de Saúde Mental e Coordenação Técnica de Atenção Primária. 

As capacitações ocorreram em oito edições visando separar as turmas e evitar aglomerações. Todos os turnos contaram com palestras sobre Acolhimento em Saúde Mental, oferecido pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS II; Vigilância de violência interpessoal e autoprovocada – importância de notificação correta para análise fidedigna dos dados epidemiológicos, tema abordado pela assistente social Nelcilene Aparecida Amaral, da Vigilância Epidemiológica; Saúde do Trabalhador, assunto ministrado pela assistente social Adriana Cândia Almeida, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST); Orientação para o atendimento no ambulatório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), que foi explanado pela enfermeira Jucelma Bomdespacho  e pelo servidor Sílvio Veloso; e Matriciamento do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), proferida pela assistente social Izabel Cristina Muller. 

De acordo com a responsável técnica de Saúde Mental da SMS, Sandra Pinto Moraes, todos os temas abordados tiveram como objetivo estabelecer os fluxos do atendimento aos pacientes que precisam de atenção à saúde mental, melhorar a comunicação entre as unidades e os CAPS, sensibilizar os servidores para que saibam fazer o acolhimento desse público. “Hoje em dia, esse paciente é recebido, mas o acolhimento tem toda uma técnica, precisa trazer a pessoa para um lugar mais específico para ele poder falar. Então, vai demandar tempo porque ele vai falar de algum problema, alguma angústia que ele tem. E o profissional da ponta precisa ter essa empatia. Algumas unidades hoje já fazem trabalhos ótimos com a comunidade, como trabalhos em grupos com idosos, práticas integrativas, que são formas de prevenção às doenças mentais”, afirma. 

O modelo das unidades básicas de saúde não preconiza a presença de psicólogo ou psiquiatra na equipe, no entanto, Sandra Moraes pontua que, independentemente de o profissional da unidade não ter essa qualificação, ele deve estar preparado para fazer o acolhimento inicial do paciente e dar o encaminhamento necessário ao caso. “A pessoa deve procurar primeiramente a unidade básica de saúde. Lá ele vai passar pela enfermagem, pelo médico. O enfermeiro vai questionar se os sintomas físicos têm relação com algum acontecimento que afetou o seu psicológico, aprofundar a abordagem e esse profissional tem que ter essa empatia de perceber que ele está precisando de um atendimento mais específico, um acolhimento melhor”, explica. 

Para a coordenadora da atenção primária na regional Leste, Jocineide Santana, o ciclo de palestras foi esclarecedor. “Houve uma troca de informações, garantindo o fluxo, parcerias e também estreitando o relacionamento das equipes das unidades com os CAPS, fortalecendo a referência e a contrarreferência dos pacientes, tanto o CPAS referenciar para a unidade básica o que não for da competência dele e também os enfermeiros referenciar para os CAPS o que eles não derem resolutividade na unidade”, avalia.